quarta-feira, março 21, 2007

Para a Andreia...da Andreia. Não é Sanguessuga, mas Rocha.

E a noite finda…

Olho vagamente
As frinchas luminosas daquela janela,
De luz débil
Que da frieza da realidade me quer esconder.

Tento, a todo o custo,
Construir a imagem de uma noite
Que se estende lá fora
E que me isola no interior do meu ser.

Escuto atentamente
Os sons noctívagos desta cidade,
Que nunca dorme,
Mas que dormente assiste ao meu adormecer.

A luz alaranjada esmorece…
Os sons ténues embalaram os errantes nocturnos…
E nada mais noto na escuridão do meu quarto.

… súbita quietude… impavidez insólita…
e o desassossego do meu estar…
A noite dorme enfim e não eu…
Serei eu a Noite? Ou a Noite em mim pereceu?

Andreia Rocha.
21 de Fevereiro de 2007.
2h. 25min.



Nas horas altas
já vai a noite...,
minha fiel amiga,
vejo que exalas,
preciosa companheira,
o mistério capcioso
que escondias nas tuas falas.

Silêncio, toma-te agora
na alta hora
em que nada te sobeja,
sôfrega noite
de uma só estrela
fundida, que lampeja

Ocultaste-te astutamente
na tua irmã nuvem
que de cinzelada
já nada sente...
e não me olhas...
.... e eu contemplo-te

Escura e fria... fraterna
tento alcançar vãmente
toda essa alienação eterna
parece carecer de fugaz e terrena,
aquela a quem todos olvida,
a felicidade suprema..

Não a tenho
sou mortal efémera,
mas tal como tu te esquivas
de qualquer e terna
manifestação do mais nobre sentimento
procuro em ti, fiel companheira,
luz suprema
felicidade terrena
noites intermináveis
que nesta mortal arena...
domem leões indomáveis.

Andreia Rocha
16 de Outubro de 2006
2h.35m