terça-feira, julho 22, 2008

Zé Manel (1968 - 1998)
















Eu usei martelos feitos de madeira,
Joguei jogos com peças e regras.
Decifrei truques de balcão,
Mas agora estás ausente, não consigo perceber porquê.
Inventei adivinhas e piadas sobre guerra,
Atinei com números e com o que fazemos com eles,
Compreendi sentimentos e compreendi palavras,
Mas como foste tirado de nós?

E para onde quer que tenhas ido,
E para onde quer que possamos ir.
Não parece justo, o hoje desapareceu.
A tua luz está agora reflectida,
Reflectida de muito longe.
Nós éramos pedras, a tua luz tornou-nos estrelas.

Com a respiração pesada, arrependimentos despertados.
Retroceder páginas e dias que só poderiam ser passados
Juntos, mas estávamos a quilómetros de distância.
Cada polegada entre nós torna-se anos-luz.
Não há tempo para ser vazio, nem para poupar na vida,
Oh, tens que gastá-la toda!