domingo, setembro 02, 2007
Estou nestes precisos momentos a experienciar um serão vespertino no meio de uma pequena localidade e no seio de uma pequena comunidade chamada paços de brandão...ah! começou. já tenho a tatiana, sorry, a frida mesmo à minha frente. elas estão literlmente estacionadas, num invulgar exercício de paciência e resistência chamado "fazer de estátua"..neste momento a senhora do bar agracia as meninas-estátua com uma moeda ...a torrie agradece retirando uma fitinha do chapéu e mostrando uma lâmpada fixada na cabeça..a maria joão é uma autêntico repositório de rebuçados, daqueles flocos de neve..a tatiana agradece, mas não dá nada a ninguém..acabei de o comprovar..vou agora dar uma à torrie e ver o que está na fita...instrucções para construir um cinto onde colocar as chaves de fendas(ideia luminosa).estes artistas..a tatiana está mesmo bonita e parecida com a khalo..toda a gente está especada à frente das meninas-estátua, num misto de marasmo intelectual com um certo reconhecimento pelo trabalho delas..após esperar que as crianças bazassem, atirei uma moeda ao cesto da menina dos rebuçados: vira-se um gajo: queres rebuçado? és tão grande! (naquele sotaque que vocês imaginam...) ela dá-me um..o mesmo gajo: chupa, chupa! Estão cada vez mais pessoas à nossa beira. a tatiana não se pintou nem se vestiu com grande aparato. provavelmente a sua cesta não será das mais cheias. dei há pouco uma volta e vi estátuas completamente surreais. ela tem um vestido comprido, no qual coexistem o azul, uma forma de esverdeado e o branco, patente também no xaile. pintou os lábios, uniu à volta da cabeça duas tranças que a dona zeza lhe fez ainda em casa. a torrie mergulhou num banho dourado e tornou-se uma habitante de oz.. a menina dos flocos de neve está coberta por um plástico onde gravitam dezenas de rebuçadinhos vermelhos.. já agora, tenho net por cortesia de "entre douro e vouga"... dei mais uma volta. há um pessoal-estátua com os mais variados "distúrbios de personalidade": desde as meninas-anjo, o prisioneiro com a cara escurecida por uma cela de carvão, a mulher motociclista que dá a volta a um pequeno mundo colocado na relva, alguém que perdeu a cabeça, um sublime violinista, o selvagem que emite gritos de guerra...já falei com a tatiana, isto agora está mais calmo. como é uma comunidade pequena, as visitas repetem-se e o espaço não é assim tão extenso..mas o local onde me encontro traz vantagens, em termos de contacto com o público, as quais não estão ao alcance de outras estátuas que estão mais afastadas da zona pedonal, demasiado embrenhadas na relva e assim não tão acessiveis..não sei, apenas tive essa impressão. a bateria está a ir à vida...
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