E aqueles pés, antigamente,
Caminhavam na nossa planície estéril?
E aquele Deus antropocêntrico,
Enfraqueceu com os seus pensamentos
E crenças todas por verificar?
Não me parece, Ele está lá em cima
Enquanto os outros estão submersos
Em competição com aqueles com quem
Trocaste a tua vida para abençoar a tua alma
E eles disseram-te como pensar?
Aspiraram da tua a mente
O veneno e a autonomia?
Ou tu escapaste o escrutínio,
E regalaste-te com a depravação?
Agora todos nós vemos
A "religião é apenas inutilidade sintetizada,
Desnecessária na expansão da
Eficiência cultural e global"
E tu não receias este impasse
Que construimos para o nosso futuro?
Tão perto, mas ahh..tão duro.
v.o. Graffin
quarta-feira, abril 23, 2008
O poema de Maria
Estamos na nossa terra
Podia ser em qualquer lado
Suponho...
Mas eu vivo aqui
Este é o meu apartamento
O meu quarto
O meu mundo
Esta é a minha cama
Mas este não é o meu corpo
Nunca mais...
Esta não sou eu
Ele está a violá-la
A ela
E depois ele vai matá-la, tal como disse
Eu estou a falar através do estômago dela
Consigo vê-lo através do umbigo
Eu sou a sua gémea
As unhas dela não conseguem penetrar a pele
Mãos atadas com a corda que ele encontrou no átrio
A sua boca amordaçada não consegue gritar
Vendada, ela nunca vai saber como ele é
Mas vai imaginar por muito, muito tempo
Que todos os homens
São ele
No entanto ela consegue ouvir tudo
E consegue cheirá-lo
Ele tresanda
Eu estou a falar através do estômago dela
Consigo vê-lo através do umbigo
As minhas mãos estão livres
Escrevo isto enquanto está a acontecer
Ele não se vai vir dentro de mim
Eu não vou morrer aqui
Ela ouve o gato
A ziguezaguear pelo apartamento
A miar a bom som
Testemunhou agachado no escuro
E viu-o a entrar pela janela da cozinha
Enquanto ela dormia
Está a miar a bom som
Miando "porquê?"
É a única testemunha
Vamos gato, fala!
Está bem gatinho
Eu já estou gelada por dentro
Está bem
Isto já não sou eu
Está bem gatinho
Quando fotografarem o meu corpo nú
Vou ouvi-los falarem da
alegada vítima
Não vou perceber de quem é que eles estão a falar
Todos eles vão ser homens
Mas está tudo bem gatinho
Ele
Não me pode tocar
Apenas me pode foder
Ele insiste que me vai matar
Mas não vai
Quando ele acabar
Vai levar os lençóis da cama
Vai apagar todas as privas do crime
Menos eu
Ele vai à minha casa de banho
Vai mexer nos meus armários
Abrir a torneira da água
E ele vai lavar as mãos
Limpinho
v.o. Martha Linehan
Podia ser em qualquer lado
Suponho...
Mas eu vivo aqui
Este é o meu apartamento
O meu quarto
O meu mundo
Esta é a minha cama
Mas este não é o meu corpo
Nunca mais...
Esta não sou eu
Ele está a violá-la
A ela
E depois ele vai matá-la, tal como disse
Eu estou a falar através do estômago dela
Consigo vê-lo através do umbigo
Eu sou a sua gémea
As unhas dela não conseguem penetrar a pele
Mãos atadas com a corda que ele encontrou no átrio
A sua boca amordaçada não consegue gritar
Vendada, ela nunca vai saber como ele é
Mas vai imaginar por muito, muito tempo
Que todos os homens
São ele
No entanto ela consegue ouvir tudo
E consegue cheirá-lo
Ele tresanda
Eu estou a falar através do estômago dela
Consigo vê-lo através do umbigo
As minhas mãos estão livres
Escrevo isto enquanto está a acontecer
Ele não se vai vir dentro de mim
Eu não vou morrer aqui
Ela ouve o gato
A ziguezaguear pelo apartamento
A miar a bom som
Testemunhou agachado no escuro
E viu-o a entrar pela janela da cozinha
Enquanto ela dormia
Está a miar a bom som
Miando "porquê?"
É a única testemunha
Vamos gato, fala!
Está bem gatinho
Eu já estou gelada por dentro
Está bem
Isto já não sou eu
Está bem gatinho
Quando fotografarem o meu corpo nú
Vou ouvi-los falarem da
alegada vítima
Não vou perceber de quem é que eles estão a falar
Todos eles vão ser homens
Mas está tudo bem gatinho
Ele
Não me pode tocar
Apenas me pode foder
Ele insiste que me vai matar
Mas não vai
Quando ele acabar
Vai levar os lençóis da cama
Vai apagar todas as privas do crime
Menos eu
Ele vai à minha casa de banho
Vai mexer nos meus armários
Abrir a torneira da água
E ele vai lavar as mãos
Limpinho
v.o. Martha Linehan
Quem me dera ter-te aqui
Então, achas que consegues distinguir
O Paraíso do Inferno
O céu azul da tortura
Distingues um campo verdejante
De um frio carril de ferro?
Achas que consegues?
E conseguiram eles que tu trocasses
Os teus heróis por fantasmas
Cinzas escaldantes por arbustos
Calor humano por uma brisa gelada
Frieza reconfortante para variar...
E tu trocaste
Um papel secundário na revolução
Pelo papel principal numa prisão
Quem me dera, quem me dera ter-te aqui
Somos duas almas perdidas
A nadar num aquário
Ano após ano
A percorrer o mesmo velho trilho
E o que encontramos?
Os mesmos velhos medos.
Quem me dera ter-te aqui
v.o. Waters, Gilmour
O Paraíso do Inferno
O céu azul da tortura
Distingues um campo verdejante
De um frio carril de ferro?
Achas que consegues?
E conseguiram eles que tu trocasses
Os teus heróis por fantasmas
Cinzas escaldantes por arbustos
Calor humano por uma brisa gelada
Frieza reconfortante para variar...
E tu trocaste
Um papel secundário na revolução
Pelo papel principal numa prisão
Quem me dera, quem me dera ter-te aqui
Somos duas almas perdidas
A nadar num aquário
Ano após ano
A percorrer o mesmo velho trilho
E o que encontramos?
Os mesmos velhos medos.
Quem me dera ter-te aqui
v.o. Waters, Gilmour
Pelo mundo fora
Um cão ao meu lado
Deus no céu
Neve a cair
Gela o meu corpo
Não consigo avançar
Mas uma vez mais
Vou avançar
Pelo mundo fora
Cuspido para um canto
Do topo do céu
Lentamente mergulho pela nuvem
Dois pés aterram num chão diferente
Não podes viver facilmente
Nem sequer podes falar
Mas todos eles falam
Pelo mundo fora
Vou-me encontrar contigo por lá
Natureza sem animais
Nem sequer um pássaro
Quando um lado está quente
O outro lado da lua não está
É como um passeio
Talvez um dia
Eles o façam parecer um passeio
Pelo mundo fora
O Tempo cura tudo
O Tempo é um remédio
Eu sou um vírus
Todos os meus pensamentos
Tudo o que eu sou
São os meus pensamentos
Eu sou tudo
O que me fazem pensar
Tudo o que me fazem pensar
São os meus pensamentos
Todos os meus pensamentos
Tudo o que sou
São os meus pensamentos
Tudo o que não sou
v.o. B. Francis
Deus no céu
Neve a cair
Gela o meu corpo
Não consigo avançar
Mas uma vez mais
Vou avançar
Pelo mundo fora
Cuspido para um canto
Do topo do céu
Lentamente mergulho pela nuvem
Dois pés aterram num chão diferente
Não podes viver facilmente
Nem sequer podes falar
Mas todos eles falam
Pelo mundo fora
Vou-me encontrar contigo por lá
Natureza sem animais
Nem sequer um pássaro
Quando um lado está quente
O outro lado da lua não está
É como um passeio
Talvez um dia
Eles o façam parecer um passeio
Pelo mundo fora
O Tempo cura tudo
O Tempo é um remédio
Eu sou um vírus
Todos os meus pensamentos
Tudo o que eu sou
São os meus pensamentos
Eu sou tudo
O que me fazem pensar
Tudo o que me fazem pensar
São os meus pensamentos
Todos os meus pensamentos
Tudo o que sou
São os meus pensamentos
Tudo o que não sou
v.o. B. Francis
quarta-feira, abril 16, 2008
O Homem, a Ladeira e o Calhau
No princípio era a Família; e o Homem era deus, padre e rei em sua casa, com a sua mulher e os seus filhos. E o Homem era feliz, sem dar por tal.
E veio a Serpente, e disse: “Come da maça que nasce da árvore da Política, e serás forte entre os outros homens, e a tua família governará as outras famílias.”
E o Homem provou do fruto proibido, e logo entrou em luta com o próximo; e Caím, filho do Homem, foi o pai da guerra civil.
E o Homem não foi feliz.
E veio o Padre, e disse: “O teu mal é o Pecado. Sustenta-me, e eu pedirei dia e noite o teu perdão a deus, e serás feliz.”
E o Padre recebeu a côngrua, levantou o templo e rezou dia e noite; mas o Homem trabalhou, jejuou, suou na fogueira, e não foi feliz.
E veio o Rei, e disse: “O teu mal é a Desordem e a Guerra. Sustenta-me, e eu arrumarei os teus negócios, e vencerei em batalha os teus inimigos, e serás feliz.”
E o Rei cobrou o imposto e montou no cavalo, combateu, conquistou; mas o Homem continuou a trabalhar, a jejuar e a suar; e estropiou-se nas guerras, e bailou nas forcas, e não foi feliz.
E veio o Republicano, e disse: “O teu mal é Deus, e o Padre e o Rei. Sustenta-me, e eu matarei o Rei, expulsarei o Padre, e porei a Razão no altar, e serás feliz.”
E o Republicano embolsou o subsídio, e andou na carruagem, e discursou no Senado e na Praça; mas o homem suou, trabalhou, jejuou na prisão, debruçou-se na guilhotina, e não foi feliz.
E então veio o Socialista, e disse: “O teu mal é o Dinheiro. Sustenta-me, e eu libertarei a Terra e a Fábrica, e adoçarei o trabalho pela Lei.”
E o Socialista recebeu a quota, legislou, expropriou, organizou, regulamentou, inspeccionou; mas o Homem continuou a trabalhar, e jejuou nas folgas, e do suor do seu rosto alimentou os preguiçosos e os inúteis, e não foi feliz.
E veio o Anarquista, e disse: “O teu mal é a Lei: sustenta-me e eu rasgarei a Lei. O teu mal é a Vida: não nasças, e serás feliz”
E o Anarquista almoçou, jantou e ceou no Botequim e voou no aeroplano, e lançou a destruição sobre as cidades; mas o Homem continuou a obedecer à Lei, porque a Lei era a força; e o Homem nasceu, porque a Vida era a força; e o homem quebrou os braços e as pernas, porque a Dinamite era a força. E o Homem não foi feliz.
E veio a morte, e disse: “Vem comigo, descansa em mim; sustenta com o que resta de ti os vermes da Terra, e serás feliz.”
E quando o Homem ia, finalmente, ser feliz, e sentir-se feliz, já o haviam devorado os Vermes da Terra…
…E o Homem foi outra vez feliz, sem dar por tal.
Agosto de 1912.
In: O HOMEM, A LADEIRA E O CALHAU (Breviário de desencanto político) – Agostinho de Campos – Aillaud e Bertrand, 1924.
E veio a Serpente, e disse: “Come da maça que nasce da árvore da Política, e serás forte entre os outros homens, e a tua família governará as outras famílias.”
E o Homem provou do fruto proibido, e logo entrou em luta com o próximo; e Caím, filho do Homem, foi o pai da guerra civil.
E o Homem não foi feliz.
E veio o Padre, e disse: “O teu mal é o Pecado. Sustenta-me, e eu pedirei dia e noite o teu perdão a deus, e serás feliz.”
E o Padre recebeu a côngrua, levantou o templo e rezou dia e noite; mas o Homem trabalhou, jejuou, suou na fogueira, e não foi feliz.
E veio o Rei, e disse: “O teu mal é a Desordem e a Guerra. Sustenta-me, e eu arrumarei os teus negócios, e vencerei em batalha os teus inimigos, e serás feliz.”
E o Rei cobrou o imposto e montou no cavalo, combateu, conquistou; mas o Homem continuou a trabalhar, a jejuar e a suar; e estropiou-se nas guerras, e bailou nas forcas, e não foi feliz.
E veio o Republicano, e disse: “O teu mal é Deus, e o Padre e o Rei. Sustenta-me, e eu matarei o Rei, expulsarei o Padre, e porei a Razão no altar, e serás feliz.”
E o Republicano embolsou o subsídio, e andou na carruagem, e discursou no Senado e na Praça; mas o homem suou, trabalhou, jejuou na prisão, debruçou-se na guilhotina, e não foi feliz.
E então veio o Socialista, e disse: “O teu mal é o Dinheiro. Sustenta-me, e eu libertarei a Terra e a Fábrica, e adoçarei o trabalho pela Lei.”
E o Socialista recebeu a quota, legislou, expropriou, organizou, regulamentou, inspeccionou; mas o Homem continuou a trabalhar, e jejuou nas folgas, e do suor do seu rosto alimentou os preguiçosos e os inúteis, e não foi feliz.
E veio o Anarquista, e disse: “O teu mal é a Lei: sustenta-me e eu rasgarei a Lei. O teu mal é a Vida: não nasças, e serás feliz”
E o Anarquista almoçou, jantou e ceou no Botequim e voou no aeroplano, e lançou a destruição sobre as cidades; mas o Homem continuou a obedecer à Lei, porque a Lei era a força; e o Homem nasceu, porque a Vida era a força; e o homem quebrou os braços e as pernas, porque a Dinamite era a força. E o Homem não foi feliz.
E veio a morte, e disse: “Vem comigo, descansa em mim; sustenta com o que resta de ti os vermes da Terra, e serás feliz.”
E quando o Homem ia, finalmente, ser feliz, e sentir-se feliz, já o haviam devorado os Vermes da Terra…
…E o Homem foi outra vez feliz, sem dar por tal.
Agosto de 1912.
In: O HOMEM, A LADEIRA E O CALHAU (Breviário de desencanto político) – Agostinho de Campos – Aillaud e Bertrand, 1924.
sábado, abril 05, 2008
Assentar a Última Travessa
(No início do século XIX, vários grupos de trabalhadores, sem treino nem aptidões, construíram o sistema ferroviário da Inglaterra.
Só em vidas humanas o custo foi muito alto…)
Deixando a minha família para trás
Sem saber o que me esperava adiante
A acenar adeus, enquanto as lágrimas inundavam-me
Relembrando uma felicidade já distante
Olhei para o céu, ofereci a minha oração
Pedi – Lhe forças e orientação
Mas as simples crenças dum simples penitente
Descansam nas Suas mãos, e na minha mente
Eu dei tudo o que eles queriam
Mas mesmo assim eles queriam mais
Nós suámos e laborámos
Bons homens perderam a vida
Não acho que eles soubessem para quê
Vendi-lhes o meu coração
Vendi-lhes a minha alma
Dei tudo o que tinha na mão
Ah... mas eles não podiam vergar o meu espírito
A minha dignidade contra-atacou
Contra-ataca…
Trabalhávamos em equipa, como se estivéssemos em guerra
Os mais jovens puxavam os vagões
Nós cavávamos o túnel, revolviamos a terra
Foi quando aconteceu...
Ninguém sabia como surgiram as fissuras
Mas estas desapareceram quando tudo desabou
Numa chuva de pedras duras
O fumo dissipou, a poeira assentou
Ninguém sabia quantos tinham perecido
À minha volta via homens próximos da morte
“Disseram que era seguro, mentirosos…”
Podia escutar os choros, podia cheirar o pavor
Mas esse seria o meu dia de sorte
E depois ocorreu-me que um coração puro
Parecia ser difícil encontrar
Trabalhámos, como trabalhámos...
Vergámos a mola pelo pagamento
Debaixo da neve, chuva
A lutar contra o vento
A rebentar e a perfurar o mundo de Deus
O suor ardia nos olhos, a vida teria que melhorar
Ah mas eu consigo ouvir as minhas crianças a chorar
Consigo ver as lágrimas no seu olhar
Memórias daqueles que deixei para trás
Continuam a ecoar nos meus ouvidos
Será que voltarei um dia...
Será que verei as suas caras uma vez mais
Nunca esquecerei aquela noite
Em que eles se despediam dos seus pais
Viemos do norte
E viemos do sul
Com picaretas e martelos
Uma nova raça
Mostrou coragem ao enfrentar o destino
Eles nunca verão ninguém como nós
A assentar a última travessa
A erguer e a estabilizar os carris
Com mãos encardidas
O sol a torrar as tuas costas
Seguimos o trilho, dormimos sob as estrelas
Escavando às escuras, convivendo com o perigo
Sem mostrar medo do que poderia aparecer
Eles nunca verão ninguém como nós
v.o. P.Collins
Só em vidas humanas o custo foi muito alto…)
Deixando a minha família para trás
Sem saber o que me esperava adiante
A acenar adeus, enquanto as lágrimas inundavam-me
Relembrando uma felicidade já distante
Olhei para o céu, ofereci a minha oração
Pedi – Lhe forças e orientação
Mas as simples crenças dum simples penitente
Descansam nas Suas mãos, e na minha mente
Eu dei tudo o que eles queriam
Mas mesmo assim eles queriam mais
Nós suámos e laborámos
Bons homens perderam a vida
Não acho que eles soubessem para quê
Vendi-lhes o meu coração
Vendi-lhes a minha alma
Dei tudo o que tinha na mão
Ah... mas eles não podiam vergar o meu espírito
A minha dignidade contra-atacou
Contra-ataca…
Trabalhávamos em equipa, como se estivéssemos em guerra
Os mais jovens puxavam os vagões
Nós cavávamos o túnel, revolviamos a terra
Foi quando aconteceu...
Ninguém sabia como surgiram as fissuras
Mas estas desapareceram quando tudo desabou
Numa chuva de pedras duras
O fumo dissipou, a poeira assentou
Ninguém sabia quantos tinham perecido
À minha volta via homens próximos da morte
“Disseram que era seguro, mentirosos…”
Podia escutar os choros, podia cheirar o pavor
Mas esse seria o meu dia de sorte
E depois ocorreu-me que um coração puro
Parecia ser difícil encontrar
Trabalhámos, como trabalhámos...
Vergámos a mola pelo pagamento
Debaixo da neve, chuva
A lutar contra o vento
A rebentar e a perfurar o mundo de Deus
O suor ardia nos olhos, a vida teria que melhorar
Ah mas eu consigo ouvir as minhas crianças a chorar
Consigo ver as lágrimas no seu olhar
Memórias daqueles que deixei para trás
Continuam a ecoar nos meus ouvidos
Será que voltarei um dia...
Será que verei as suas caras uma vez mais
Nunca esquecerei aquela noite
Em que eles se despediam dos seus pais
Viemos do norte
E viemos do sul
Com picaretas e martelos
Uma nova raça
Mostrou coragem ao enfrentar o destino
Eles nunca verão ninguém como nós
A assentar a última travessa
A erguer e a estabilizar os carris
Com mãos encardidas
O sol a torrar as tuas costas
Seguimos o trilho, dormimos sob as estrelas
Escavando às escuras, convivendo com o perigo
Sem mostrar medo do que poderia aparecer
Eles nunca verão ninguém como nós
v.o. P.Collins
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