segunda-feira, janeiro 10, 2011





Um Passo em Frente

Acordei esta manhã, a casa estava fria

O aquecedor estava avariado.

Fui ao pátio buscar o jornal do dia,

Mas o jornaleiro estava atrasado.

Duras lições aprendemos diariamente,

Mas não aprendemos, somos…

Uma triste história certamente.

Um passarinho poisa na varanda da cozinha,

Mas não quer cantar.

No jardim uma menina dança sozinha,

Mas o sol não quer brilhar.

Estou só esta noite num hotel

E tudo em que penso é…

Sou a mesma velha história, no mesmo velho papel.

Todas as noites é a mesma discussão,

Quem não tem, quem tem razão.

Outra luta e o espírito desespera,

Outra batalha na nossa pequena guerra.

Quando olho para mim não consigo ver,

O homem que eu queria ser.

Algures no percurso desviei-me demais,

Apanhado…

A dar um passo em frente e dois atrás.

Uma mulher no balcão pede uma bebida,

Eu capto o sinal que ela me enviou.

Humm… não parece muito divertida.

Eu, enfim, finjo que estou.

Esta noite sonhei que estavas nos meus braços,

A música era interminável,

Dançámos sob um céu que escurecia em tom lilás

Um passo em frente e dois atrás.



Puzzle

Para trás e para a frente, eu danço com o vento

A resolução escapa-se mais uma vez

Através dos meus dedos, de volta para o meu coração

Onde está fora do alcance e mergulhada na escuridão

Às vezes penso que estou cego

Ou posso apenas estar paralisado

Porque a história complica-se a cada dia que passa

E as peças do meu puzzle continuam a desintegrar-se

Mas eu sei, há uma imagem escondida

A indecisão obscura a minha visão

Ninguém ouve…

Porque estou algures entre

O meu amor e a minha agonia

Prostrado com a cara no chão

Os meus dedos enfiados nas orelhas para bloquear o som

Os meus olhos cerrados para evitar a visão

Antecipando o fim, desistindo da luta

Gotas de sim e não

Num oceano de talvez

Do fundo parece uma subida inclinada

Do topo parece mais uma queda anunciada

Mas eu sei, o equilíbrio está lá!

sábado, janeiro 08, 2011

Eu tenho id
Os meus lábios tremem, as unhas estão roídas…

Passou um mês desde que me ouvi falar…

Toda a vantagem que esta vida leva sobre mim…

Qual copo vazio no meio de um oceano…


E eu contra-ataco a minha mente!

Nunca me deixa estar em paz!

Eu tenho memórias, tenho merdas!

Tanta coisa que não está à vista…

Oh… eu, caminhei erguido, quando me seguraste naquela noite.

Eu, caminhei erguido, quando me deste a mão naquela noite.


Todas as conchas vazias parecem ser tão fáceis de quebrar…

Há tantas questões, nem sei a quem as poderia perguntar…

Então vou ficando sozinho e espero pelo sonho…

Onde eu não sou feio e tu estás a olhar para mim…


E repousarei numa cama,

Todo triste, eu vi o inferno!

Se apenas por uma vez me pudesse sentir amado!

Oh volta-te e olha para mim… Mas eu,


Caminhei erguido, quando me seguraste naquela noite.

Eu, caminhei erguido, quando me deste a mão naquela noite.

Oh… eu, caminhei erguido, quando me aconchegaste naquela noite e eu,

Paguei o preço, nunca te abracei na vida real…


Os meus lábios tremem…