Painel. Ajuda. Terminar Sessão.
nos vagões suportados por escravos sem côr,
é cinzenta, pesada e finita a travessia
dos abraços e beijos temperados pela essência de uma flôr.
duras encostas como porto de atracagem
breves momentos para reflectir...
pensar que o amanhã pode trazer algo que só podemos imaginar,
imaginar e desejar e sonhar.
"o sonho comanda a vida", a fantasia aguça-lhe o propósito,
o delírio abre portas e janelas para mundos oníricos
onde anjos e demónios cantam duetos onde o escárnio
e o maldizer mesclam com os deveres líricos
de quem observa, aprende, julga e acusa...onde os acusados não são defendidos..
nem se podem defender...o mais provável é que alguém os mande foder,
e aí o sonho não é molhado, porque os acusados preferem foder outras pessoas
(em detrimento deles próprios),
mas assemelha-se a um pesadelo, no qual coexistem o sonho,
a fantasia, o delírio, a demência...
traídos pela divina providência..
abandonados ao caos e à violência
que grassam pelos campos da efémera sobrevivência
nos quais o doutor, o paciente e a paciência
esperam por uma plenária indulgência
que os livre dos vagões, da escravidão e da falta de pigmentação
e lhes dê asas, frutos e talvez alguma coerência
e imaginação...
Porquê o cansaço?
(muitos tentaram e conseguiram, mas nem todos pensaram nisso,
o que é uma pena e um desperdício)
baltazar gomes
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