terça-feira, maio 29, 2012

Acto II

David perde Verónica, e depois a si mesmo, sucumbindo à culpa e ao desespero



Lembra o meu nome


Não houve aventura mais desafortunada

do que aquela que através de David nos foi mostrada

A sua fuga de uma vida carregada de dor

para abraçar a condenação do amor


Mais vale o amor esconder

do que vê-lo morrer

Mais vale estar só

do que ver o teu coração tornar-se pó


Não devia a alma de um homem são

erguer-se acima destes vorazes desígnios do amor

Mais vale ter nascido cego do que ver e perder a visão

Mais vale paz num futuro desolador

do que lutar com a tua recordação


“Então leva o meu coração contigo para a cova

Apenas bombeia sangue gelado para as minhas veias

Eu perdi tudo no cruel jogo do destino

Apenas o diabo lembra o meu nome”


Apenas um coração tolo pelo destino se deixa levar

pelas voltas e trocas que nos obriga a aguentar

O único amor que não vai morrer

é o amor a que tu nunca vais corresponder


Como uma faca que perfura

A perda é sentimento que perdura

A dor dura uma eternidade

O amor é uma cruel enfermidade


Como um pavio que segura a chama

O caminho que te levou até ela causou o incêndio

O fósforo que tinhas é o culpado

Os caminhos do amor e da morte estavam lado a lado


Agora que amaste e perdeste

Reembolsarias um custo como este? Um preço tão elevado,

Ela estaria aqui se nunca a tivesses amado


“Então leva o meu coração contigo para a cova

Ele apenas bombeia sangue gelado para as minhas veias

Eu perdi tudo no cruel jogo do destino

Apenas o diabo lembra o meu nome”

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