quinta-feira, março 13, 2008

Carta de um comatoso (Rose, Slash)

Ei encontro-me em estado de coma
e acho que não quero…
voltar para o mundo outra vez

até estou a gostar deste estado de coma
porque ninguém me vai obrigar a…
voltar para o mundo outra vez

agora sinto que estou a flutuar
não sinto qualquer pressão
e gosto de assim estar
mas do meu corpo vem a reacção
tentando fazer com que eu volte…
para o mundo outra vez

em profunda suspensão
na escuridão dum mar vasto
espero pela iluminação
tenho os ossos pendurados no mastro
bem, parti num barco à vela

eu podia viver agradavelmente
enquanto amigos me ligavam com regularidade
mas para com eles fui indiferente
quando tudo o que precisava era claridade e…
alguém que me dissesse o que raio se está a passar!
foda-se!

cada vez mais e mais distante
é espantoso quanto tempo ficamos
num mundo criado pela nossa mente
num mundo que está cheio de merda.

por favor entende esta dor no meu peito
estou a fugir duma desilusão mortífera,
de todos os meus sonhos desfeitos
mas esta investida infrutífera
não consegue calar todos os meus gritos
e estou à espera na encruzilhada

à tua espera
à tua espera
onde estás…

(ninguém me vai incomodar
ninguém me vai foder o juízo
não consigo perceber o porquê de toda esta luta
mas é tão agradável aqui à beira-mar
gostava que pudesses ver isto
porque não há nada para ver
aqui estou em paz e estou feliz

nada a ver com o mundo onde vivia
onde nunca quis viver…)

Bum! Bum! (Choques eléctricos – Reanimação cárdio – pulmonar )

ya vive a tua vida como se fosse um coma
do qual não consegues acordar
diz-me lá porque o haveríamos de desejar
com todas essas razões é difícil acreditar

mas quem sou eu para te dizer
que vejo alguma razão pela qual devas permanecer
talvez todos estejamos melhor sem ti

tens um bilhete de ida
na viagem da tua vida
tens um bilhete de ida
para o... teu suicídio

tens um bilhete de ida
e não sais daí vivo

e toda esta convivência insensível
a qual te deixou ao frio e ao vento
não serve de grande consolo
quando te sentes gasto pelo tempo
mas se tens um “lar doce lar”
então há histórias pra contar
não precisas de as contar a um psicólogo
mais ninguém pode devolver a tua sanidade


tens a tua mente presa no prólogo
arriscaste a vida numa história sobre humanidade
mas ninguém fez a arma disparar
apenas encostaram-se a um canto
eles estarão lá à beira-mar
enquanto acenam adeus com desencanto
eles estarão a ligar de manhã
pendurados ao telefone noite e dia
estarão à espera duma resposta sã
quando tu sabes que a hora de atender é já tardia
e quando os sinos pararem de badalar
não foi por culpa de ninguém excepto a tua
houve sempre sinais subtis que decidiste ignorar
avisos veementes que mostraram a realidade nua
e tudo isso tu devias ter antecipado
mas foi-te concedida demasiada liberdade

por vezes ficamos tão cansados de esperar
por uma forma de passar o nosso tempo
e é tão fácil ser sociável
é tão fácil ser fixe
ya é fácil estar esfomeado
quando não tens nada a perder
e quem me dera poder ajudar-te
na busca do procuras encontrar
mas ainda estou aqui à espera
a visionar repetições da minha vida
quando atinges o ponto de ruptura
sabes que ainda vai demorar algum tempo
a sarar as memórias feridas
que outro homem iria precisar
apenas para sobreviver.

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